Fraternidade Socorrista Mãe Yemanjá e Baiano Zeferino

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Mãe Yemanjá e Baiano Zeferino

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Histórias e Contos

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e Contos

Histórias e Contos em Geral

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São Jorge

De acordo com registros históricos, por volta do final do século III, São Jorge nasceu na Capadócia, onde atualmente fica a Turquia, ainda criança perdeu seu pai que morreu em combate, sua mãe o levou para a Palestina, onde possuía muitos bens, educando-o de acordo com sua condição para a carreira militar. Da formação militar, que percorreu com dedicação e habilidade, qualidades que levaram o imperador Diocleciano a lhe conferir título de tribuno. Além de sua educação militar, recebeu de sua família a formação cristã, desde sua infância aprendeu a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Com a idade de vinte e três anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão.

Defendeu com tanta ousadia a fé em Jesus Cristo como o “Senhor e Salvador dos homens”, provocou a ira do imperador que tentou faze-lo desistir torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado ao imperador, que exigia que São Jorge renegasse sua fé, o que não aconteceu.

Em cada retorno das torturas era uma pregação feita por Jorge que conquistou mais admiração e seguidores dos princípios cristãos. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu batalhas contra as forças do mal, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado em um cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

Todavia, se de São Jorge só possuímos os atos de martírio e mais precisamente de sua paixão, não se pode esquecer que a igreja do Oriente o chama de Grande Mártir e todos os calendários Cristãos o incluem no elenco dos seus Santos. São Jorge, além de haver dado nome a cidades e povoados, foi proclamado padroeiro de cidades como: Gênova (Itália), de regiões inteiras Espanholas, de Portugal, da Lituânia e da Inglaterra.

Seguindo, pela evolução dos tempos, a bandeira de São Jorge chega em nossas terras brasileiras, trazida pelos brancos católicos, que ensinaram aos negros escravos e índios a sua história. O negro escravo, que não possuía a liberdade de cultuar seus orixás, associava as qualidades e virtudes dos santos com as suas crenças e fundamentos, portanto devido à bravura, o espírito de guerreiro, determinado em sua fé São Jorge tornou-se Ogum, e assim ficou firmado o sincretismo.

O tempo passou, e num momento do início do século XX, a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, tornou oficial a Umbanda, religião brasileira, o branco, o negro e o índio, como acontece com nosso povo mestiço. A partir desse momento, a visão umbandista alcançou as fronteiras intelectuais, que estudam constantemente iluminadas pelo plano espiritual.

OGUM

Nanã

Viveram no primeiro século e sua festa é celebrada no leste no dia 9 de setembro. A tradição dá o nome de Joaquim e Ana (significa graciosa em hebreu) aos pais da Virgem Maria (Luc 3:23).

São João Damasceno exorta Joaquim e Ana como modelos de pais e esposos cujo principal dever era educar seus filhos. São Paulo diz que a educação dos filhos pelos pais é sagrada.

A tradição diz que Joaquim nasceu em Nazaré, e casou-se com Anna quando ele era jovem. Ele era um rico fazendeiro e possuía um grande rebanho. Como não tivessem filhos durante muitos anos Joaquim era publicamente debochado, (não ter filhos era considerado na época uma punição de Deus pela sua inutilidade). Um dia o padre do templo recusou a oferta de Joaquim de um cordeiro e Joaquim foi para o deserto e jejuou e rezou por 40 dias. O Pai de Ana teria sido um judeu nômade chamado Akar que trouxe sua mulher para Nazaré com sua filha Anna. Após o casamento de sua filha com Joaquim também ficou triste de não terem sido agraciados com netos. Ana chorava e orava a Deus para atendê-la. Um dia ela estava orando e um anjo disse a ela que Deus atenderia as suas preces. Ela estava sob uma árvore pensando que Joaquim a havia abandonado (ele estava no deserto). O anjo disse ainda que o filho que teriam seria honrado e louvado por todo o mundo. Anna teria respondido; “Se Deus vive e se eu conceber um filho ou filha será um dom do meu Deus e eu servirei a Ele toda a minha vida.”

O anjo disse a ela para ir correndo encontrar com o seu marido o qual, em obediência a outro anjo, retornava com o seu rebanho. Eles se encontraram em um local que a tradição chama de Portão de Ouro. Santa Anna deu a luz a Maria quando ela tinha 40 anos. É dito que Anna cumpriu a sua promessa e ofereceu Maria a serviço de Deus, no templo, quando ela tinha 3 anos. De acordo com a tradição ela e Joaquim viveram para ver o nascimento de Jesus e Joaquim morreu logo após ver o seu Divino neto presente no templo de Jerusalém.

O Imperador Justiniano construiu em Constantinopla, uma igreja em honra de Santa Anna lá pelo ano de 550. Seu corpo foi trasladado da Palestina para Constantinopla em 710 e algumas porções de suas relíquias estão dispersas no Oeste. Algumas em Duren (Rheinland-Alemanha), em Apt-en-Provence, (França) e Canterbury (Inglaterra).

O culto litúrgico de Santa Ana apareceu no sexto século no leste e no oitavo século no Ocidente. No século décimo a festa da concepção de Santa Anna era celebrada em Nápoles e se espalhou para Canterbury lá pelos anos de 1100 DC e daí por diante até século 14, quando o seu culto diminui pelo crescente interesse pela sua filha, a Virgem Maria.

O culto a Santa Ana chegou a ser até atacada por Martinho Lutero, especialmente as imagens com Jesus e Maria, um objeto favorito dos pintores da Renascença. Em resposta, a Santa Sé estendeu a sua festa para toda a Igreja em 1582.

São Joaquim tem sido honrado no Leste desde o início e no Ocidente desde o 16° século e imagens do culto a São Joaquim começaram no ocidente nas Comunas e nos Arcos em Veneza que datam do século 6°.

A Imaculada Concepção de Maria é comemorada no dia 8 de dezembro e o nascimento da Virgem Maria, nove meses depois, ou seja, no dia 8 de Setembro.

A festa de São Joaquim era celebrada, no Ocidente no dia 16 de agosto.

Agora, ambos são comemorados no dia de Santa Ana ou seja no dia 26 de julho.

 

CABOCLA NANÃ

N.S.Aparecida

A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D.Pedro de Almeida e Portugal , Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto – MG.

Convocado pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram a procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu.

João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em diante os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.

Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com a família de Felipe Pedroso, que a levou para casa, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante a imagem.

A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório, que logo tornou-se pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava, e, em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.

A 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor.

Vinte anos depois, a 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município. E, em 1929, nossa Senhora foi proclamada RAINHA DO BRASIL E SUA PADROEIRA OFICIAL, por determinação do Papa Pio XI.

Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena.

Era necessário a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início em 11 de Novembro de 1955 a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova.

Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida:Santuário Nacional; “maior Santuário Mariano do mundo”.

 

CABOCLA NANÃ

Sta. Sarah Kali

A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar.

Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer.

Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.

Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) “Lilá Romai: Cartas Ciganas”, escrito por Mirian Stanescon – Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: “Dalto chucar diklô” (Te darei um belo lenço).

Dalto chucar diklôAlém de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem.

São Paulo

São Paulo, o apóstolo, mártir e um dos grandes missionários, místicos e teólogos da Historia da Igreja. Ele nasceu na cidade de Tarsus na Cilicia, Ásia Menor (hoje Turquia). Filho de uma tribo de judeus de Benjamim. (Tornou-se um cidadão romano chamado Saul e foi criado como fariseu (a mais rígida seitas judias do período) em Tarso, aprendeu a arte de fazer tendas uma profissão que muito útil quando passou a peregrinar por todo o império romano), me estudou a lei judia e o Grego e o Latin. Enviado por algum tempo para Jerusalém ele encontroou ali um professor o famoso rabino Gamaliel, e ficou especialista no Torah. Após desenvolver fortes laços com Jerusalém ele retornou a Tarso-quase certo antes de Jesus começar o seu ministério público – e ali gradualmente teve contato com as novas seita do nazareno, como os primeiros seguidores de Cristo eram chamados, alguns anos após a Crucificação. Paulo tornou-se um dedicado oponente da nova igreja e estava presente ao martírio de São Esteves; de fato ele guardou a roupa daqueles que jogavam pedras no protomartir e assim “consentiu na sua morte”. (Atos 7:58-8:1). Indo para Damasco para fazer a perseguição aos Nazarenos ele foi convertido enquanto estava na estrada (Atos9: 1-19; 22:5-16 e 26h12min-18).

Deixado cego por uma luz brilhante, que ele entendeu que era o próprio Cristo e foi levado para Damasco e ficou por três dias na escuridão. Sendo batizado por Ananias, sua visão voltou imediatamente e ele deixou a cidade e ficou vários anos na Arábia em prece e meditação. Retornando a Damasco, e começou a pregar a sua fé com grande habilidade, convicção e persistência que ele, às vezes, tinha que escapar sendo baixado pelas paredes da cidade por meio de uma cesta. Ele foi a Jerusalém onde se encontrou com Pedro e outros apóstolos desconfiados, mas com a ajuda de Barnabas consegui convencê-los de sua sinceridade. Após pregar em Cilicia e Caesarea, em 45 AD Paulo embarcou em sua primeira das suas grandes jornadas missionárias. Com Barnabas, e Marcos, Paulo (como ele passou a ser conhecido) velejou até Chipre e Turquia, estabelecendo comunidades cristãs na Antiópia, Psidia, Iconium e por toda a Ásia Menor. Seus esforços missionários criaram muita revolta em algumas cidades–ele foi até mesmo apedrejado e deixado para morrer pela multidão enfurecida em uma delas-mas ele encontrou solo espiritual fértil entre o Gentios. Paulo retornou a Antiópia com noticias que ele havia aberto a porta da fé (ato 14:27) para os Gentios. Esta oportunidade iniciou a maior controvérsia na comunidade Nazarena, e uma disputa começou no Conselho de Nazaré, o qual enfim decidiu que a conversão deveria abranger também os Gentios e qualquer outro povo pagão.

Paulo foi o mais ardente missionário entre as populações pagãs do Império Romano. No ano de 50 DC ele iniciou a sua segunda jornada missionária desta vez para Silas, viajando da Azia Menor até a Macedônia e a Grécia.

Em Atenas ele encontrou-se com os filósofos Stoic e Epicurean e depois foi para Corinto, onde ficou por um ano. Na sua terceira jornada missionária ele foi para Grécia, passou dois anos em Ephesus (hoje Turquia) visitando Colossa, Philadelphia, Laodicea e Corinto. No seu retorno há Jerusalém 5 anos depois ele foi atacado por inimigos dos judeus e foi salvo de morte certa por um esquadrão de soldados romanos. Acusado por Sanhedrin de trazer gentios para o templo, ele usou seus privilégios de cidadão romano para ser enviado para Ceasarea para julgamento pelo governador. Ele ficou três anos na prisão e quando o seu julgamento afinal aconteceu ele apelou para Roma. Foi então enviado de navio para Roma sob uma guarda romana, mas o navio naufragou ao chegar a Malta. Finalmente julgado em Roma, foi absolvido. Paulo permaneceu alguns anos na obscuridade, estudando e meditando. Acredita-se que foi para a Síria, Palestina, Grécia, Creta e Espanha. Preso mais uma vez, foi trazido de volta para Roma e colocado em confinamento vigiado. Ele escreveu então, o que seria o seu destino, na sua Segunda carta a Timóteo (4:6-8). Seu martírio se deu em 67 DC sob o comando do Imperador Nero, Paulo teria sido decapitado (conforme relatado por Tertuliano); mas de acordo com os apócritos “Atos de São Paulo” ele foi espancado até a morte e conseguiu a conversão dos dois soldados romanos, Longus e Cestus, que o trouxeram para o local da execução. Ele teria sido enterrado no cemitério da Via Ostia que pertencia a um cristão chamado Lucina, local onde hoje está erigida a Basílica de São Paulo de Fuori le Mure (“ São Paulo de fora dos muros”).

Um dos mais imaginativos, eloqüentes, e apaixonados escritores cristãos, Paulo foi aprisionado, espancado, afogado, apedrejado, e finalmente martirizado pela sua fé. Durante as suas jornadas missionárias ele escreveu muitas, várias e extensas cartas. Um terço do novo testamento são as suas cartas. Seus admiráveis escritos tiveram um profundo efeito na teologia cristã, especialmente a Christologia (conceito de Cristo Homem-Deus) e as suas teses no que se refere as graças, predestinação, a liberdade de escolha, o batismo, e a perfeição cristã são tidos como doutrinas cristãs.

Seus escritos são: Romanos, Primeiro e Segundo Tessalonicenses, Primeiro e Segundo Timóteo, Tito, e Filimon. Liturgicamente São Paulo é comemorado em 29 de junho junto com São Pedro e em 25 de janeiro é a festa do dia da sua conversão. Ele é tradicionalmente simbolizado com o livro e a espada.

XANGÔ ALAFIM

São Paulo

São Pedro também chamado Simão Pedro ou Cephas (a rocha) foi o primeiro Papa, foi o príncipe dos apóstolos e o fundador, junto com São Paulo da Santa Sé de Roma. Pedro era um nativo de Bethsaida, perto do lago Tiberias, era filho de João e trabalhava, como o seu irmão Santo André, como pescador no Lago Genesareth. André ( primeiro discípulo de Jesus) introduziu Pedro a Jesus e Jesus chamou Pedro para se tornar um de seus discípulos (Mt4:18-20 ;Mc1:16-18;Lc5:1-11 e Jo1:40-42).

Em Lucas é recontada a história de que Pedro, capturando imensa quantidade de peixes, ajoelhou-se diante de Jesus e o Senhor lhe disse: “Não tenhas medo por que de agora em diante serás pescador de homens” (5:10). Jesus também deu a Simão um novo nome, Cephas ou Rocha ( daí Pedro, do grego Petros ou pedra). Tornando-se um discípulo de Jesus, Pedro o reconheceu com o “Messias, filho do Deus vivo e Jesus respondeu dizendo”……e tu és Pedro e sobre esta pedra (ou rocha–em grego) Eu construirei a minha igreja e te darei as chaves do reino do céu. Tudo que juntares na terra ficará juntado no céu; e tudo que deixares solto na terra ficará solto no céu.”

Pedro sempre foi mencionado como o primeiro dos apóstolos em todas as passagens do Novo Testamento e um membro do circulo interno de Jesus com Tiago e João. Ele é mencionado, mais do que qualquer outro discípulo, e estava ao lado de Jesus na Transfiguração (Mt17;1-8) na cura da filha de Jairus, na agonia do Jardim das Oliveiras. Ele ajudou a organizar a Ultima Ceia e teve um papel relevante na Paixão. Quando o Mestre foi preso ele cortou com espada a orelha direita do escravo do Sumo Sacerdote Malchus.

Ele negou a Jesus três vezes, como havia predito Jesus, (Mt26:7.5) e depois chorou amargamente. Após a ressurreição, Pedro foi a tumba com outro discípulo (provavelmente João) logo após ter sido informado por uma das mulheres. A primeira aparição do Cristo Ressuscitado foi perante Pedro antes dos outros discípulos e quando o Senhor apareceu diante dos discípulos em Tiverias, deu a Pedro o famoso comando: ” alimente meu rebanho ….cuide do meu rebanho….alimente o meu rebanho”.

Várias vezes imediatamente após a Ressurreição, Pedro é inquestionavelmente o líder dos apóstolos. Sua posição ficou ainda mais evidente quando ele indicou o substituto de Judas Iscariot e foi o primeiro a falar para as multidões que se juntaram após a descida do Espirito Santo no Pentecostes. Foi o primeiro apóstolo a fazer milagres em nome do Senhor e o primeiro a fazer julgamento após a decepção de Ananias e Sapphira. Pedro foi o instrumento para trazer o evangelho a todos. Batizando o pagão romano Cornélius, e dando no Consílho de Jerusalém o sua orientação para que a Nova Igreja convertesse a todos e se tornasse universal. Esta é a grande mensagem de Pedro: a igreja de Jesus é universal!

Preso pelo rei Herodes Agrippa , ele foi ajudado a escapar por um anjo.

Ele continuou os seu apostolado em Jerusalém e seus esforços missionários inclusive viagens á cidades pagãs como Antioch, Corinto, e eventualmente Roma. Ele fez referencia a Cidade Eterna na sua primeira Epístola (5:13) fazendo notar que ele estava escrevendo da Babilônia (nome dado a Roma pelos primeiros cristãos).

É certo que Pedro morreu em Roma e que seu martírio ocorreu no reinado do Imperador Nero, provavelmente em 64 DC. Testemunhos do seu martírio são extensos inclusive os de Origines, Eusébio da Cesárea, São Clemente de Roma e São Irineu. De acordo com a tradição Pedro foi crucificado de cabeça para baixo porque declarou não ter o mérito de ser morto da mesma maneira que o seu Mestre.

Ele teria sido sepultado em Roma na Colina onde é o hoje o Vaticano, e escavações sob a Basílica de São Pedro teriam encontrado sua tumba e suas relíquias estão debaixo do altar de São Pedro. Desde dos primeiros anos da Igreja, Pedro é reconhecido com o Príncipe dos Apóstolos e o Primeiro Sumo Pontífice. Assim teve uma posição de supremacia sobre toda a Igreja Católica. Enquanto a festa de São Pedro é celebrada no dia 29 de junho, ele também é honrado no dia 22 de fevereiro e no dia 18 de novembro.

No dia 22 de fevereiro se comemora a Cátedra de São Pedro porque no passado a Cátedra era lembrada na Antióquia no dia 22 de fevereiro e em Roma no dia 18 de janeiro. Mais tarde foi unificada no dia 22 de fevereiro. O dia 22 de fevereiro foi escolhido por que é a mesma data citada no livro “Dispositio martyrium “.

No dia 18 de Novembro é comemorado a consagração da Basílica de São Pedro construída pelo Papa Silvestre em 314 DC.

Na arte litúrgica da Igreja, São Pedro é mostrado como um velho homem segurando uma chave e um livro. Seus símbolos são: uma cruz invertida, um barco (barco de Jesus)e um galo (tripla negação de Jesus).

Pesquisando um pouco mais sobre São Pedro verificamos que ele tinha uma esposa e que ele viveu em Cpharnaum, com a sua sogra (a sua esposa não é mencionada) na casa dela, (Mateus 8:14;Lucas 4:38) mais ou menos no início da pregação de Jesus nos anos 26-28 DC. Assim é de se supor que Pedro foi casado durante algum tempo.

De acordo com Clemente de Alexandria (Stromata III, vi) Pedro teve filhos. Clemente também escreveu que conforme a tradição a sua esposa teria sido também martirizada (ibid,VII,xi). Alguns autores acham que a Santa Aurélia Petronilla seria filha de São Pedro, mas para outros estudiosos ela seria uma servente, que trabalhava com São Pedro e era uma das várias convertidas por ele e, seria a sua “filha espiritual”. Parece ter sido parente de Santa Domitilla e foi curada da paralisia por São Pedro.

Eusébio, um dos maiores dos estudiosos da bíblia aceitou esses itens de Clemente (cf.Hist.Eccl.III,xxxi). O resto da literatura cristã é silenciosa a respeito da esposa de Pedro.

Sua festa é celebrada no dia 29 de junho.

XANGÔ ALUFAM

São Bento

Patriarca dos Monges do Ocidente e Patrono da Europa. Em qualquer  religião sempre houve quem, esperando resposta para os enigmas da condição humana, fosse atraído de maneira singular para o Absoluto e para o Eterno. Entre estes, no que diz respeito ao cristianismo, sobressaem os monges, que, já no século III e IV, tinham instituído, nalgumas zonas do Oriente, uma forma de vida própria, tendente a realizar, por inspiração divina, e a exemplo de Cristo ‘orando sobre o monte’, ou uma vida solitária e segregada, ou a dar-se ao serviço de Deus na convivência da caridade fraterna. Do Oriente, por conseguinte, penetrou a disciplina monástica em toda a Igreja e alimentou o salutar propósito de outros que, mantendo as normas da vida religiosa, imitavam o Salvador, ‘que anunciava às multidões o reino de Deus e trazia os pecadores à conversão’.

Quando, devido a esse espiritual fermento, a Igreja se tinha já desenvolvido, mas simultaneamente se arruinava na cultura, e o mundo romano envelhecia – pouco antes de fato, tinha caído o Império Ocidental pelo ano 480 nascia, em Núrcia, São Bento. ‘Bento pela graça e pelo nome, desde a infância tinha um coração adulto’e, ‘desejando agradar somente a Deus’, pôs-se à escuta do Senhor, que procurava o Seu operário, e vencendo as excitações do espírito, percorreu caminhos ‘duros e ásperos’, isto é, enveredou ‘pelo caminho estreito que conduz à vida’.

Levando vida solitária em alguns lugares, conseguiu que o seu coração ficasse aberto só para Deus; movido unicamente por Seu amor, reuniu outros homens, com quem, como pai, entrasse ‘na escola do serviço do Senhor’. E assim, unindo ao sentimento do próprio dever a prática esclarecida ‘dos instrumentos das boas obras’, ele, e seus companheiros constituíram uma cidadezinha cristã, ‘onde finalmente – como disse Paulo VI, predecessor nosso de recente memória – reinassem o amor, a obediência, a inocência, o ânimo desapegado das coisas do mundo e a arte de usar delas retamente, o primado do espírito, a paz – numa palavra – o Evangelho’. Praticando assim o que havia de bom na tradição eclesial do Oriente e do Ocidente, o Santo de Núrcia chegou a considerar globalmente o homem, cuja dignidade, como pessoa, inculcou como sem igual. Quando morreu, no ano de 547, já estavam lançados sólidos fundamentos para disciplina monástica, que, particularmente depois dos sínodos da Idade Carolíngia, tornou-se o monaquismo ocidental. Este, por meio das abadias e outras casas beneditinas, difundidas por toda parte, constituiu a união primitiva e originária da nova Europa: dizemos da Europa, a cujas ‘gentes, que vivem desde o Mar Mediterrâneo até à Escandinávia, da Irlanda até os territórios abertos da Polônia, os filhos deste Santo – com a cruz, com o livro e com o arado – levaram à civilização cristã”.

(Trecho da Carta Apostólica de Sua Santidade o Papa João Paulo II, no XV). (centenário do nascimento de São Bento).

YORIMÁ

São Bento

Discípulo e amigo de Jesus, irmão de Marta e Maria, residentes em Bethany, subúrbio de Jerusalém em Israel. Morreu e foi ressuscitado por Jesus vários dias após a sua morte a pedido de Marta onde Jesus por varias vezes se hospedou e a considerava uma excelente cozinheira. Teria sido a inabalável fé de Marta que teria dito “Não tem importância, Jesus vai curá-lo apesar de já estar morto. Vão chamá-lo “. Diz à tradição que Lázaro já estava fedendo quando Jesus chegou para salva-lo. Não há dúvida que foi o maior milagre de Jesus.

Segundo uma das varias tradições, Lázaro, Marta e Maria vão à França onde ele se torna o primeiro bispo de Marselha antes de ser martirizado. Em outra versão Lázaro e suas irmãs vão para Chipre onde ele se torna bispo de Kition ou Lamaka. As suas supostas relíquias teriam sido transladadas para Constantinopla e varias igrejas e capelas foram erigidas em sua honra na Síria.

A Basílica de São Lázaro, santo padroeiro de Lamaka, construída em 890 DC era um templo cristão do quinto século no qual existia um sarcófago com a com a inscrição: “Lazarus, o amigo de Cristo”. Isto reforça a tradição que ele viveu sua “segunda vida ressuscitado” em Kition, Lamaka.

A devoção a Lázaro era muito comum na Igreja antiga.

Sua festa é celebrada no dia 17 de dezembro.

YORIMÁ

São Bento

Cenas de exaustivo trabalho em plantações de cana. É nisso que Vovó Maria Conga parece estar constantemente envolvida. Gosta de doces, cocada branca em especial, mas não dá demonstrações de ter sido esta sua principal ocupação na encarnação como escrava. Sentada em um toco de madeira no terreiro contou, certa vez, alguns fatos de sua vida em terra brasileira:

Começou dizendo que só o fato de podermos conviver com nossos filhos é uma grande dádiva. Naquele tempo as negras eram destinadas, entre outras coisas, a procriar, a gerar filhos que delas eram afastados muito cedo, até mesmo antes de serem desmamados. Outras negras alimentavam sua cria, assim como tantos outros “filhotes” foram alimentados pela Mãe Conga. Quase todas as mulheres escravas se transformavam em mães; cuidavam das crianças que chegavam à fazenda, rezando para que seus próprios filhos também encontrassem alento aonde quer que estivessem.

Os orixás africanos, desempenhavam papel fundamental nesta época. Diferentes nações africanas que antes guerreavam, foram obrigadas a se unir na defesa da raça e todos os orixás passaram a trabalhar para todo o Povo negro. As mães tomavam conhecimento do destino de seus filhos através das mensagens dos orixás. Eram eles que pediam oferendas em momentos difíceis e era a eles que todos recorriam para afastar a dor.

Maria Conga teve que se utilizar de algumas “mirongas” para deixar de ser uma reprodutora, e assim, pelo fato de ainda ser uma mulher forte, restou-lhe a plantação de cana. A colheita era sempre motivo para muito trabalho e uma espécie de algazarra contagiava o lugar. Enquanto as mulheres cortavam a cana, as crianças, em total rebuliço, arrumavam os fardos para que os homens os carregassem até o local indicado pelo feitor.

Foi numa dessas ocasiões que Maria Conga soube que um dos seus filhos, afastado dela quando já sabia andar e falar, era homem forte, trabalhando numa fazenda próxima.Seu coração transbordou de alegria e nada poderia dissuadi-la da idéia de revê-lo. Passou então a escapar da fazenda, correndo de sol a sol, para admirar a beleza daquele forte negro. Nas primeiras vezes não teve meios de falar com ele, mas os orixás ouviram suas súplicas e não tardou para que os dois pudessem se abraçar e derramar as lágrimas por tanto tempo contidas. Parecia a ela que eles nunca tinham se afastado, pois o amor os mantivera unidos por todo o tempo.

Certa tarde, quase chegando à senzala, a negra foi descoberta. Apanhou bastante, mas não deixou de escapar novamente para reencontrar seu filho. Mais uma vez os brancos a pegaram na fuga, e como ela ainda insistisse uma terceira vez resolveram encerrar a questão: queimaram sua perna direita, um pouco acima da canela, para que ela não mais pudesse correr. Impossibilitada de ver o filho, com menor capacidade de trabalho, a Vó Maria Conga passou a cuidar das crianças negras e de seus doentes. Seu coração se encheu de tristeza ao saber que haviam matado seu filho. Quando tentava fugir para vê-la.

Sua vida mudou. De alegre e tagarela passou a ser muito séria, cuidando do que falava até mesmo com os outros negros. Para as crianças contava histórias de reis negros em terras negras, onde não havia outro senhor.

Sábia, experiente e calada, Vovó Maria Conga desencarnou.Com lágrimas na alma ela acabou seu conto. Disse que só entendeu a medida do amor após a sua morte. Seu filho a esperava sorrindo, guardião que fora da mãe o tempo todo em que aguardava seu retorno ao mundo dos espíritos.

YORIMÁ

São Bento

Não dê o peixe, ensine a pescar.

-Minha mãe preta, como dirigente desta Casa de Caridade, me vejo angustiada diante da fila que se forma em cada dia de atendimento e também diante da limitação que se impõe no atendimento, devido ao limitado número de médiuns trabalhadores, bem como do espaço físico de nossa pequena tenda.

– O meu saravá pra suncê zi fia! Que o grande Zambi abençoe sua coroa!

Esta preta velha, mandingueira e mexeriqueira já andava aflita, na espera dessa conversa com a filha. Nas andanças da vida, estagiando hora na matéria, hora fora dela, negra velha foi colocando no bornal um tanto de experiência. Entre muitos erros e poucos acertos, perambulei por este mundão de meu Deus e senti na pele como o ser humano é viciado ainda em escravizar o outro, em favorecimento de seu ego.

Longe ainda de viver e sentir as coisas do espírito, quais andarilhos, mendigam favorecimentos ou compram milagres, por vezes, endividando-se para o além túmulo.

Os filhos da terra, apesar de tantos alertas, de tantas dores, da porta que se estreita em sua caminhada, assinalando que os tempos estão chegados e por isso é preciso se desvencilhar das quinquilharias amontoadas ao longo da estrada, ainda não conseguem absorver a mensagem do Cristo Jesus. Enrolados no manto do egoísmo sentem-se, ou “supremos e merecedores” ou então “vítimas” e quando as coisas da matéria, únicos tesouros amontoados em suas vidas, sufocam-nos, correm às portas dos templos exigindo que Deus resolva num passe de mágica, suas angústias e desordens.

Acostumados que estão a tudo comprar ou trocar, tentam negociar a troco de algumas velas ou do desfilar das contas de um rosário, uma mudança que a eles pertence, mas que exigiria algum esforço próprio. Quando não, esgueirando-se na noite para não serem percebidos pela sociedade, marcam consulta com magos das sombras, disfarçados de “adivinhadores do futuro”, que usando de elementos e elementares, ligando-se a energias densas que atendem momentaneamente seus desejos. No desespero, quando os sortilégios já não fazem mais efeito, ajoelham-se na frente do caboclo ou do preto velho, ignorantes que são das leis maiores, ansiando sair dali com uma solução mágica nas mãos.

Por isso filha, ensine os filhos a pescar. Evangelize esse povo, mostrando que em cada filho existe uma essência divina, que existem leis que organizam o universo e precisam ser obedecidas. Mostre-lhes filha, que o milagre, que o céu ou inferno estão inseridos na consciência de cada um e não no mundo exterior. Instigue-os a buscar alegria nas coisas simples, a viver o amor de forma incondicional, a perdoar e principalmente a livrarem-se das mágoas que é o câncer da humanidade.

– Minha mãe, na Umbanda não se costumam fazer palestras elucidativas, pois o atendimento é individual e dado pelos guias incorporados.

– Filha, a vida exige uma constante mudança de hábitos e costumes para que haja evolução. Para se fazer a caridade é preciso, além do amor, o discernimento, a sabedoria para que não se joguem pérolas aos porcos. Jesus ensinava e exemplificava e só curava àqueles que tinham fé. O que denominavam de milagre, era o amor e a vontade em movimento. Então, movimente o amor e qual Jesus, ensine. Mostre o caminho, dê-lhes o anzol e ensine-os a pescar. Não entregue nas mãos da espiritualidade, a responsabilidade que compete aos médiuns. Sejam nossos parceiros e ignorem a premissa de que, só através da incorporação se faz o trabalho da Umbanda. Estarão amparados e irradiados, desde que se doem com amor e humildade.

Daquele dia em diante, as filas aumentaram naquela tenda de Umbanda, mas de gente interessada em aprender com as palestras educativas e evangelizadoras que antecediam o atendimento dos caboclos e pretos velhos, o qual restringia-se agora aos doentes e magiados. No ambiente físico, aqueles rostos tensos que entravam na casa, ai sair dali exibiam um sorriso de alívio. No lado astral, as entidades de todas as linhas da Umbanda, em intenso movimento, circulavam por entre os filhos de fé, atendendo a cada um segundo seu merecimento e condição vibratória. Falangeiros da luz deslocavam-se num constante movimento de socorro à encarnados e desencarnados.

E a cada dia de atendimento, irradiada pelo seu guia, a dirigente daquele templo, elucidava aquelas mentes sedentas de aprendizado, enquanto a Luz se fazia sobre as sombras.

História contada por Vovó Benta

 

São Bento

Deus originário do Daomé, Obaluaê ou Omulu, sua forma mais velha, são nomes que substituem o Xapanã, deus da varíola, das doenças contagiosas e da peste, aquele que pune os malfeitores, enviando-lhes todos os tipos de doenças.

Sua origem, assim como a de sua mãe, Nanã, está na cultura daomeana, assimilada pela cultura iorubá num lento processo de aculturação.

Quando o deus se manifesta em um de seus filhos, o sinal de respeito é constatado em todo o terreiro. O iniciado é coberto por uma roupa revestida de palha-da-Costa e um capuz feito do mesmo material. Leva nas mãos o xaxará, uma espécie de vassoura feita de folhas de palmeira e decorada com búzios, e cabaças contendo remédios que passa nos visitantes durante a dança mítica, afastando qualquer tipo de doença.

Em algumas vertentes da Umbanda é considerado Orixá tanto quanto no candomblé.

Em nossa Fraternidade aprendemos que no culto de Yorimá, como 4ª Linha, onde Omulu participa com as energias do elemento Terra juntamente com Arcanjo Cassiel, dirigindo a Linha dos Pretos Velhos.

A simbologia principal da Linha dos Pretos Velhos é o Triângulo e assim se subdivide em três etapas e funções.

Energeticamente a força de Omulu em sua principal nomenclatura traz a saúde, a cura do corpo e da alma.

Xapanã traz a sabedoria e a certeza que aquele que pratica o mal receberá o retorno de seus pensamentos e ações.

Obaluaê é a maturidade e sua consequente consciência do fechamento do ciclo da vida com a morte do corpo físico.

Para os ortodoxos em Orixás africanos não é aceitável essa reunião de várias religiões e entidades, e a Umbanda por nós praticada é considerada como universalista por conceber tal associação.

Seja lá como Omulu, Preto Velho, São Lázaro, São Roque, São Bento, aprendemos em nossa Fraternidade que todas as nomenclaturas se voltam para o elemento terra.

É somente a visão que aprendemos com os mentores e não condenamos ou discriminamos qualquer outra versão. Amamos nossos irmãos que trazem sua palavra de amor, humildade e tolerância.

Salve Omulu! Salve Yorimá! Salve OS Pretos Velhos!

Salve a Umbanda tão questionadora !

Sincretismo

Omulu = São Roque (16 de agosto)

Xapanã = São Bento (11 de julho)

Obaluaê = São Lázaro (17 de dezembro)

OBALUAÊ (“rei ” senhor da terra) Dia da semana: segunda-feira

Cores: branco (Paz e cura), preto (absorção de conhecimento) e/ou Vermelho (atividade)

Saudação: Atotô! (Oto, “Silêncio!”)

Elemento: terra

Domínio: saúde (doenças)

Instrumento: xaxará (espécie de bastão mágico)


Texto de Mãe Bebel

YORIMÁ

CALENDÁRIO DE SAUDAÇÕES

20
– Oxossi
– São Sebastião
– Arcanjo Haniel

02
– Yemanjá
– N. Sra. dos Navegantes
– Arcanjo Gabriel

* Carnaval e Quaresma
Tempo do Exú do Orixá

17
– Oxalá
– S. José de Arimatéia
– Arcanjo Miguel

19
– Oxalá
– São José
– Arcanjo Miguel

21
– Yorimá
– São Bento
– Arcanjo Cassiel

31
– Oxalá
– São Benedito
– Arcanjo Miguel

13
– Oxossi
– Aniv. Cacique Águia Branca
– Arcanjo Haniel

23
– Ogum
– São Jorge
– Arcanjo Camael

13
– Yorimá
– Pretos Velhos
– Arcanjo Cassiel

22
– Oxalá
– Santa Rita de Cássia
– Arcanjo Miguel

24
– Santa Sarah
(Padroeira do Povo Cigano)

30
– Ogum Yara
– Santa Joana D’arc
– Arcanjo Camael

13
– Oxalá
– Santo Antonio
– Arcanjo Miguel
– Tranição de Ogum para Xangô

24
– Xangô Agodô
– São João Batista
– Arcanjo Saquiel

29
– Xangô Alufam
– São Pedro
– Xangô Alafim
– São Paulo
– Arcanjo Saquiel

22
– Oxalá
– Sta. Maria Madalena
– Arcanjo Miguel

25
– Xangô Djacutá
– São Tiago
– Arcanjo Saquiel

26
– Xangô Aganju
– São Joaquim
– Arcanjo Saquiel
– Nanã
– Sant’Ana
Arcanjo Gabriel

16
– Yorimá
– São Roque
– Arcanjo Cassiel

28
– Xangô Abomi
– Santo Agostinho
– Arcanjo Saquiel

Lua Crescente Aniv. Mestre Gilles

27
– Yori
– São Cosme e Damião
– Arcanjo Rafael

29
– Oxalá
– Arcanjo Miguel

30
– Xangô Caô
– São Jerônimo
– Arcanjo Saquiel

04
– Oxalá
– S. Francisco de Assis
– Arcanjo Miguel

12
– Oxum – Yemanjá
– N. Sra. Aparecida
– Arcanjo Gabriel

27
– Ogum de Lei
– Aniv. do Mentor Sr. Zeferino
– Arcanjo Camael

02
– Yorimá
– Arcanjo Cassiel

04
– Yansã
– Santa Bárbara
– Arcanjo Gabriel

08
– Yemanjá
– Imaculada Conceição
– Arcanjo Gabriel

14
– Dia dos Marinheiros

17
– Yorimá
– São Lázaro
– Arcanjo Cassiel

25
– Oxalá
– Natal de Jesus
– Arcanjo Miguel

Fraternidade Socorrista Mãe Yemanjá e Baiano Zeferino

Nossa Casa

SEU ZEFERINO é o nosso Guia Mentor Chefe da Casa junto com MÃE YEMANJÁ.

Histórias

e Contos em Geral

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São Jorge

De acordo com registros históricos, por volta do final do século III, São Jorge nasceu na Capadócia, onde atualmente fica a Turquia, ainda criança perdeu seu pai que morreu em combate, sua mãe o levou para a Palestina, onde possuía muitos bens, educando-o de acordo com sua condição para a carreira militar. Da formação militar, que percorreu com dedicação e habilidade, qualidades que levaram o imperador Diocleciano a lhe conferir título de tribuno. Além de sua educação militar, recebeu de sua família a formação cristã, desde sua infância aprendeu a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Com a idade de vinte e três anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão.

Defendeu com tanta ousadia a fé em Jesus Cristo como o “Senhor e Salvador dos homens”, provocou a ira do imperador que tentou faze-lo desistir torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado ao imperador, que exigia que São Jorge renegasse sua fé, o que não aconteceu.

Em cada retorno das torturas era uma pregação feita por Jorge que conquistou mais admiração e seguidores dos princípios cristãos. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu batalhas contra as forças do mal, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado em um cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

Todavia, se de São Jorge só possuímos os atos de martírio e mais precisamente de sua paixão, não se pode esquecer que a igreja do Oriente o chama de Grande Mártir e todos os calendários Cristãos o incluem no elenco dos seus Santos. São Jorge, além de haver dado nome a cidades e povoados, foi proclamado padroeiro de cidades como: Gênova (Itália), de regiões inteiras Espanholas, de Portugal, da Lituânia e da Inglaterra.

Seguindo, pela evolução dos tempos, a bandeira de São Jorge chega em nossas terras brasileiras, trazida pelos brancos católicos, que ensinaram aos negros escravos e índios a sua história. O negro escravo, que não possuía a liberdade de cultuar seus orixás, associava as qualidades e virtudes dos santos com as suas crenças e fundamentos, portanto devido à bravura, o espírito de guerreiro, determinado em sua fé São Jorge tornou-se Ogum, e assim ficou firmado o sincretismo.

O tempo passou, e num momento do início do século XX, a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, tornou oficial a Umbanda, religião brasileira, o branco, o negro e o índio, como acontece com nosso povo mestiço. A partir desse momento, a visão umbandista alcançou as fronteiras intelectuais, que estudam constantemente iluminadas pelo plano espiritual.

OGUM

Nanã

Viveram no primeiro século e sua festa é celebrada no leste no dia 9 de setembro. A tradição dá o nome de Joaquim e Ana (significa graciosa em hebreu) aos pais da Virgem Maria (Luc 3:23).

São João Damasceno exorta Joaquim e Ana como modelos de pais e esposos cujo principal dever era educar seus filhos. São Paulo diz que a educação dos filhos pelos pais é sagrada.

A tradição diz que Joaquim nasceu em Nazaré, e casou-se com Anna quando ele era jovem. Ele era um rico fazendeiro e possuía um grande rebanho. Como não tivessem filhos durante muitos anos Joaquim era publicamente debochado, (não ter filhos era considerado na época uma punição de Deus pela sua inutilidade). Um dia o padre do templo recusou a oferta de Joaquim de um cordeiro e Joaquim foi para o deserto e jejuou e rezou por 40 dias. O Pai de Ana teria sido um judeu nômade chamado Akar que trouxe sua mulher para Nazaré com sua filha Anna. Após o casamento de sua filha com Joaquim também ficou triste de não terem sido agraciados com netos. Ana chorava e orava a Deus para atendê-la. Um dia ela estava orando e um anjo disse a ela que Deus atenderia as suas preces. Ela estava sob uma árvore pensando que Joaquim a havia abandonado (ele estava no deserto). O anjo disse ainda que o filho que teriam seria honrado e louvado por todo o mundo. Anna teria respondido; “Se Deus vive e se eu conceber um filho ou filha será um dom do meu Deus e eu servirei a Ele toda a minha vida.”

O anjo disse a ela para ir correndo encontrar com o seu marido o qual, em obediência a outro anjo, retornava com o seu rebanho. Eles se encontraram em um local que a tradição chama de Portão de Ouro. Santa Anna deu a luz a Maria quando ela tinha 40 anos. É dito que Anna cumpriu a sua promessa e ofereceu Maria a serviço de Deus, no templo, quando ela tinha 3 anos. De acordo com a tradição ela e Joaquim viveram para ver o nascimento de Jesus e Joaquim morreu logo após ver o seu Divino neto presente no templo de Jerusalém.

O Imperador Justiniano construiu em Constantinopla, uma igreja em honra de Santa Anna lá pelo ano de 550. Seu corpo foi trasladado da Palestina para Constantinopla em 710 e algumas porções de suas relíquias estão dispersas no Oeste. Algumas em Duren (Rheinland-Alemanha), em Apt-en-Provence, (França) e Canterbury (Inglaterra).

O culto litúrgico de Santa Ana apareceu no sexto século no leste e no oitavo século no Ocidente. No século décimo a festa da concepção de Santa Anna era celebrada em Nápoles e se espalhou para Canterbury lá pelos anos de 1100 DC e daí por diante até século 14, quando o seu culto diminui pelo crescente interesse pela sua filha, a Virgem Maria.

O culto a Santa Ana chegou a ser até atacada por Martinho Lutero, especialmente as imagens com Jesus e Maria, um objeto favorito dos pintores da Renascença. Em resposta, a Santa Sé estendeu a sua festa para toda a Igreja em 1582.

São Joaquim tem sido honrado no Leste desde o início e no Ocidente desde o 16° século e imagens do culto a São Joaquim começaram no ocidente nas Comunas e nos Arcos em Veneza que datam do século 6°.

A Imaculada Concepção de Maria é comemorada no dia 8 de dezembro e o nascimento da Virgem Maria, nove meses depois, ou seja, no dia 8 de Setembro.

A festa de São Joaquim era celebrada, no Ocidente no dia 16 de agosto.

Agora, ambos são comemorados no dia de Santa Ana ou seja no dia 26 de julho.

 

CABOCLA NANÃ

N.S.Aparecida

A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D.Pedro de Almeida e Portugal , Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto – MG.

Convocado pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram a procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu.

João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em diante os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.

Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com a família de Felipe Pedroso, que a levou para casa, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante a imagem.

A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório, que logo tornou-se pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava, e, em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.

A 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor.

Vinte anos depois, a 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município. E, em 1929, nossa Senhora foi proclamada RAINHA DO BRASIL E SUA PADROEIRA OFICIAL, por determinação do Papa Pio XI.

Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena.

Era necessário a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início em 11 de Novembro de 1955 a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova.

Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida:Santuário Nacional; “maior Santuário Mariano do mundo”.

 

CABOCLA NANÃ

Sta. Sarah Kali

A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar.

Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer.

Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.

Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) “Lilá Romai: Cartas Ciganas”, escrito por Mirian Stanescon – Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: “Dalto chucar diklô” (Te darei um belo lenço).

Dalto chucar diklôAlém de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem.

São Paulo

São Paulo, o apóstolo, mártir e um dos grandes missionários, místicos e teólogos da Historia da Igreja. Ele nasceu na cidade de Tarsus na Cilicia, Ásia Menor (hoje Turquia). Filho de uma tribo de judeus de Benjamim. (Tornou-se um cidadão romano chamado Saul e foi criado como fariseu (a mais rígida seitas judias do período) em Tarso, aprendeu a arte de fazer tendas uma profissão que muito útil quando passou a peregrinar por todo o império romano), me estudou a lei judia e o Grego e o Latin. Enviado por algum tempo para Jerusalém ele encontroou ali um professor o famoso rabino Gamaliel, e ficou especialista no Torah. Após desenvolver fortes laços com Jerusalém ele retornou a Tarso-quase certo antes de Jesus começar o seu ministério público – e ali gradualmente teve contato com as novas seita do nazareno, como os primeiros seguidores de Cristo eram chamados, alguns anos após a Crucificação. Paulo tornou-se um dedicado oponente da nova igreja e estava presente ao martírio de São Esteves; de fato ele guardou a roupa daqueles que jogavam pedras no protomartir e assim “consentiu na sua morte”. (Atos 7:58-8:1). Indo para Damasco para fazer a perseguição aos Nazarenos ele foi convertido enquanto estava na estrada (Atos9: 1-19; 22:5-16 e 26h12min-18).

Deixado cego por uma luz brilhante, que ele entendeu que era o próprio Cristo e foi levado para Damasco e ficou por três dias na escuridão. Sendo batizado por Ananias, sua visão voltou imediatamente e ele deixou a cidade e ficou vários anos na Arábia em prece e meditação. Retornando a Damasco, e começou a pregar a sua fé com grande habilidade, convicção e persistência que ele, às vezes, tinha que escapar sendo baixado pelas paredes da cidade por meio de uma cesta. Ele foi a Jerusalém onde se encontrou com Pedro e outros apóstolos desconfiados, mas com a ajuda de Barnabas consegui convencê-los de sua sinceridade. Após pregar em Cilicia e Caesarea, em 45 AD Paulo embarcou em sua primeira das suas grandes jornadas missionárias. Com Barnabas, e Marcos, Paulo (como ele passou a ser conhecido) velejou até Chipre e Turquia, estabelecendo comunidades cristãs na Antiópia, Psidia, Iconium e por toda a Ásia Menor. Seus esforços missionários criaram muita revolta em algumas cidades–ele foi até mesmo apedrejado e deixado para morrer pela multidão enfurecida em uma delas-mas ele encontrou solo espiritual fértil entre o Gentios. Paulo retornou a Antiópia com noticias que ele havia aberto a porta da fé (ato 14:27) para os Gentios. Esta oportunidade iniciou a maior controvérsia na comunidade Nazarena, e uma disputa começou no Conselho de Nazaré, o qual enfim decidiu que a conversão deveria abranger também os Gentios e qualquer outro povo pagão.

Paulo foi o mais ardente missionário entre as populações pagãs do Império Romano. No ano de 50 DC ele iniciou a sua segunda jornada missionária desta vez para Silas, viajando da Azia Menor até a Macedônia e a Grécia.

Em Atenas ele encontrou-se com os filósofos Stoic e Epicurean e depois foi para Corinto, onde ficou por um ano. Na sua terceira jornada missionária ele foi para Grécia, passou dois anos em Ephesus (hoje Turquia) visitando Colossa, Philadelphia, Laodicea e Corinto. No seu retorno há Jerusalém 5 anos depois ele foi atacado por inimigos dos judeus e foi salvo de morte certa por um esquadrão de soldados romanos. Acusado por Sanhedrin de trazer gentios para o templo, ele usou seus privilégios de cidadão romano para ser enviado para Ceasarea para julgamento pelo governador. Ele ficou três anos na prisão e quando o seu julgamento afinal aconteceu ele apelou para Roma. Foi então enviado de navio para Roma sob uma guarda romana, mas o navio naufragou ao chegar a Malta. Finalmente julgado em Roma, foi absolvido. Paulo permaneceu alguns anos na obscuridade, estudando e meditando. Acredita-se que foi para a Síria, Palestina, Grécia, Creta e Espanha. Preso mais uma vez, foi trazido de volta para Roma e colocado em confinamento vigiado. Ele escreveu então, o que seria o seu destino, na sua Segunda carta a Timóteo (4:6-8). Seu martírio se deu em 67 DC sob o comando do Imperador Nero, Paulo teria sido decapitado (conforme relatado por Tertuliano); mas de acordo com os apócritos “Atos de São Paulo” ele foi espancado até a morte e conseguiu a conversão dos dois soldados romanos, Longus e Cestus, que o trouxeram para o local da execução. Ele teria sido enterrado no cemitério da Via Ostia que pertencia a um cristão chamado Lucina, local onde hoje está erigida a Basílica de São Paulo de Fuori le Mure (“ São Paulo de fora dos muros”).

Um dos mais imaginativos, eloqüentes, e apaixonados escritores cristãos, Paulo foi aprisionado, espancado, afogado, apedrejado, e finalmente martirizado pela sua fé. Durante as suas jornadas missionárias ele escreveu muitas, várias e extensas cartas. Um terço do novo testamento são as suas cartas. Seus admiráveis escritos tiveram um profundo efeito na teologia cristã, especialmente a Christologia (conceito de Cristo Homem-Deus) e as suas teses no que se refere as graças, predestinação, a liberdade de escolha, o batismo, e a perfeição cristã são tidos como doutrinas cristãs.

Seus escritos são: Romanos, Primeiro e Segundo Tessalonicenses, Primeiro e Segundo Timóteo, Tito, e Filimon. Liturgicamente São Paulo é comemorado em 29 de junho junto com São Pedro e em 25 de janeiro é a festa do dia da sua conversão. Ele é tradicionalmente simbolizado com o livro e a espada.

XANGÔ ALAFIM

São Paulo

São Pedro também chamado Simão Pedro ou Cephas (a rocha) foi o primeiro Papa, foi o príncipe dos apóstolos e o fundador, junto com São Paulo da Santa Sé de Roma. Pedro era um nativo de Bethsaida, perto do lago Tiberias, era filho de João e trabalhava, como o seu irmão Santo André, como pescador no Lago Genesareth. André ( primeiro discípulo de Jesus) introduziu Pedro a Jesus e Jesus chamou Pedro para se tornar um de seus discípulos (Mt4:18-20 ;Mc1:16-18;Lc5:1-11 e Jo1:40-42).

Em Lucas é recontada a história de que Pedro, capturando imensa quantidade de peixes, ajoelhou-se diante de Jesus e o Senhor lhe disse: “Não tenhas medo por que de agora em diante serás pescador de homens” (5:10). Jesus também deu a Simão um novo nome, Cephas ou Rocha ( daí Pedro, do grego Petros ou pedra). Tornando-se um discípulo de Jesus, Pedro o reconheceu com o “Messias, filho do Deus vivo e Jesus respondeu dizendo”……e tu és Pedro e sobre esta pedra (ou rocha–em grego) Eu construirei a minha igreja e te darei as chaves do reino do céu. Tudo que juntares na terra ficará juntado no céu; e tudo que deixares solto na terra ficará solto no céu.”

Pedro sempre foi mencionado como o primeiro dos apóstolos em todas as passagens do Novo Testamento e um membro do circulo interno de Jesus com Tiago e João. Ele é mencionado, mais do que qualquer outro discípulo, e estava ao lado de Jesus na Transfiguração (Mt17;1-8) na cura da filha de Jairus, na agonia do Jardim das Oliveiras. Ele ajudou a organizar a Ultima Ceia e teve um papel relevante na Paixão. Quando o Mestre foi preso ele cortou com espada a orelha direita do escravo do Sumo Sacerdote Malchus.

Ele negou a Jesus três vezes, como havia predito Jesus, (Mt26:7.5) e depois chorou amargamente. Após a ressurreição, Pedro foi a tumba com outro discípulo (provavelmente João) logo após ter sido informado por uma das mulheres. A primeira aparição do Cristo Ressuscitado foi perante Pedro antes dos outros discípulos e quando o Senhor apareceu diante dos discípulos em Tiverias, deu a Pedro o famoso comando: ” alimente meu rebanho ….cuide do meu rebanho….alimente o meu rebanho”.

Várias vezes imediatamente após a Ressurreição, Pedro é inquestionavelmente o líder dos apóstolos. Sua posição ficou ainda mais evidente quando ele indicou o substituto de Judas Iscariot e foi o primeiro a falar para as multidões que se juntaram após a descida do Espirito Santo no Pentecostes. Foi o primeiro apóstolo a fazer milagres em nome do Senhor e o primeiro a fazer julgamento após a decepção de Ananias e Sapphira. Pedro foi o instrumento para trazer o evangelho a todos. Batizando o pagão romano Cornélius, e dando no Consílho de Jerusalém o sua orientação para que a Nova Igreja convertesse a todos e se tornasse universal. Esta é a grande mensagem de Pedro: a igreja de Jesus é universal!

Preso pelo rei Herodes Agrippa , ele foi ajudado a escapar por um anjo.

Ele continuou os seu apostolado em Jerusalém e seus esforços missionários inclusive viagens á cidades pagãs como Antioch, Corinto, e eventualmente Roma. Ele fez referencia a Cidade Eterna na sua primeira Epístola (5:13) fazendo notar que ele estava escrevendo da Babilônia (nome dado a Roma pelos primeiros cristãos).

É certo que Pedro morreu em Roma e que seu martírio ocorreu no reinado do Imperador Nero, provavelmente em 64 DC. Testemunhos do seu martírio são extensos inclusive os de Origines, Eusébio da Cesárea, São Clemente de Roma e São Irineu. De acordo com a tradição Pedro foi crucificado de cabeça para baixo porque declarou não ter o mérito de ser morto da mesma maneira que o seu Mestre.

Ele teria sido sepultado em Roma na Colina onde é o hoje o Vaticano, e escavações sob a Basílica de São Pedro teriam encontrado sua tumba e suas relíquias estão debaixo do altar de São Pedro. Desde dos primeiros anos da Igreja, Pedro é reconhecido com o Príncipe dos Apóstolos e o Primeiro Sumo Pontífice. Assim teve uma posição de supremacia sobre toda a Igreja Católica. Enquanto a festa de São Pedro é celebrada no dia 29 de junho, ele também é honrado no dia 22 de fevereiro e no dia 18 de novembro.

No dia 22 de fevereiro se comemora a Cátedra de São Pedro porque no passado a Cátedra era lembrada na Antióquia no dia 22 de fevereiro e em Roma no dia 18 de janeiro. Mais tarde foi unificada no dia 22 de fevereiro. O dia 22 de fevereiro foi escolhido por que é a mesma data citada no livro “Dispositio martyrium “.

No dia 18 de Novembro é comemorado a consagração da Basílica de São Pedro construída pelo Papa Silvestre em 314 DC.

Na arte litúrgica da Igreja, São Pedro é mostrado como um velho homem segurando uma chave e um livro. Seus símbolos são: uma cruz invertida, um barco (barco de Jesus)e um galo (tripla negação de Jesus).

Pesquisando um pouco mais sobre São Pedro verificamos que ele tinha uma esposa e que ele viveu em Cpharnaum, com a sua sogra (a sua esposa não é mencionada) na casa dela, (Mateus 8:14;Lucas 4:38) mais ou menos no início da pregação de Jesus nos anos 26-28 DC. Assim é de se supor que Pedro foi casado durante algum tempo.

De acordo com Clemente de Alexandria (Stromata III, vi) Pedro teve filhos. Clemente também escreveu que conforme a tradição a sua esposa teria sido também martirizada (ibid,VII,xi). Alguns autores acham que a Santa Aurélia Petronilla seria filha de São Pedro, mas para outros estudiosos ela seria uma servente, que trabalhava com São Pedro e era uma das várias convertidas por ele e, seria a sua “filha espiritual”. Parece ter sido parente de Santa Domitilla e foi curada da paralisia por São Pedro.

Eusébio, um dos maiores dos estudiosos da bíblia aceitou esses itens de Clemente (cf.Hist.Eccl.III,xxxi). O resto da literatura cristã é silenciosa a respeito da esposa de Pedro.

Sua festa é celebrada no dia 29 de junho.

XANGÔ ALUFAM

São Bento

Patriarca dos Monges do Ocidente e Patrono da Europa. Em qualquer  religião sempre houve quem, esperando resposta para os enigmas da condição humana, fosse atraído de maneira singular para o Absoluto e para o Eterno. Entre estes, no que diz respeito ao cristianismo, sobressaem os monges, que, já no século III e IV, tinham instituído, nalgumas zonas do Oriente, uma forma de vida própria, tendente a realizar, por inspiração divina, e a exemplo de Cristo ‘orando sobre o monte’, ou uma vida solitária e segregada, ou a dar-se ao serviço de Deus na convivência da caridade fraterna. Do Oriente, por conseguinte, penetrou a disciplina monástica em toda a Igreja e alimentou o salutar propósito de outros que, mantendo as normas da vida religiosa, imitavam o Salvador, ‘que anunciava às multidões o reino de Deus e trazia os pecadores à conversão’.

Quando, devido a esse espiritual fermento, a Igreja se tinha já desenvolvido, mas simultaneamente se arruinava na cultura, e o mundo romano envelhecia – pouco antes de fato, tinha caído o Império Ocidental pelo ano 480 nascia, em Núrcia, São Bento. ‘Bento pela graça e pelo nome, desde a infância tinha um coração adulto’e, ‘desejando agradar somente a Deus’, pôs-se à escuta do Senhor, que procurava o Seu operário, e vencendo as excitações do espírito, percorreu caminhos ‘duros e ásperos’, isto é, enveredou ‘pelo caminho estreito que conduz à vida’.

Levando vida solitária em alguns lugares, conseguiu que o seu coração ficasse aberto só para Deus; movido unicamente por Seu amor, reuniu outros homens, com quem, como pai, entrasse ‘na escola do serviço do Senhor’. E assim, unindo ao sentimento do próprio dever a prática esclarecida ‘dos instrumentos das boas obras’, ele, e seus companheiros constituíram uma cidadezinha cristã, ‘onde finalmente – como disse Paulo VI, predecessor nosso de recente memória – reinassem o amor, a obediência, a inocência, o ânimo desapegado das coisas do mundo e a arte de usar delas retamente, o primado do espírito, a paz – numa palavra – o Evangelho’. Praticando assim o que havia de bom na tradição eclesial do Oriente e do Ocidente, o Santo de Núrcia chegou a considerar globalmente o homem, cuja dignidade, como pessoa, inculcou como sem igual. Quando morreu, no ano de 547, já estavam lançados sólidos fundamentos para disciplina monástica, que, particularmente depois dos sínodos da Idade Carolíngia, tornou-se o monaquismo ocidental. Este, por meio das abadias e outras casas beneditinas, difundidas por toda parte, constituiu a união primitiva e originária da nova Europa: dizemos da Europa, a cujas ‘gentes, que vivem desde o Mar Mediterrâneo até à Escandinávia, da Irlanda até os territórios abertos da Polônia, os filhos deste Santo – com a cruz, com o livro e com o arado – levaram à civilização cristã”.

(Trecho da Carta Apostólica de Sua Santidade o Papa João Paulo II, no XV). (centenário do nascimento de São Bento).

YORIMÁ

São Bento

Discípulo e amigo de Jesus, irmão de Marta e Maria, residentes em Bethany, subúrbio de Jerusalém em Israel. Morreu e foi ressuscitado por Jesus vários dias após a sua morte a pedido de Marta onde Jesus por varias vezes se hospedou e a considerava uma excelente cozinheira. Teria sido a inabalável fé de Marta que teria dito “Não tem importância, Jesus vai curá-lo apesar de já estar morto. Vão chamá-lo “. Diz à tradição que Lázaro já estava fedendo quando Jesus chegou para salva-lo. Não há dúvida que foi o maior milagre de Jesus.

Segundo uma das varias tradições, Lázaro, Marta e Maria vão à França onde ele se torna o primeiro bispo de Marselha antes de ser martirizado. Em outra versão Lázaro e suas irmãs vão para Chipre onde ele se torna bispo de Kition ou Lamaka. As suas supostas relíquias teriam sido transladadas para Constantinopla e varias igrejas e capelas foram erigidas em sua honra na Síria.

A Basílica de São Lázaro, santo padroeiro de Lamaka, construída em 890 DC era um templo cristão do quinto século no qual existia um sarcófago com a com a inscrição: “Lazarus, o amigo de Cristo”. Isto reforça a tradição que ele viveu sua “segunda vida ressuscitado” em Kition, Lamaka.

A devoção a Lázaro era muito comum na Igreja antiga.

Sua festa é celebrada no dia 17 de dezembro.

YORIMÁ

São Bento

Cenas de exaustivo trabalho em plantações de cana. É nisso que Vovó Maria Conga parece estar constantemente envolvida. Gosta de doces, cocada branca em especial, mas não dá demonstrações de ter sido esta sua principal ocupação na encarnação como escrava. Sentada em um toco de madeira no terreiro contou, certa vez, alguns fatos de sua vida em terra brasileira:

Começou dizendo que só o fato de podermos conviver com nossos filhos é uma grande dádiva. Naquele tempo as negras eram destinadas, entre outras coisas, a procriar, a gerar filhos que delas eram afastados muito cedo, até mesmo antes de serem desmamados. Outras negras alimentavam sua cria, assim como tantos outros “filhotes” foram alimentados pela Mãe Conga. Quase todas as mulheres escravas se transformavam em mães; cuidavam das crianças que chegavam à fazenda, rezando para que seus próprios filhos também encontrassem alento aonde quer que estivessem.

Os orixás africanos, desempenhavam papel fundamental nesta época. Diferentes nações africanas que antes guerreavam, foram obrigadas a se unir na defesa da raça e todos os orixás passaram a trabalhar para todo o Povo negro. As mães tomavam conhecimento do destino de seus filhos através das mensagens dos orixás. Eram eles que pediam oferendas em momentos difíceis e era a eles que todos recorriam para afastar a dor.

Maria Conga teve que se utilizar de algumas “mirongas” para deixar de ser uma reprodutora, e assim, pelo fato de ainda ser uma mulher forte, restou-lhe a plantação de cana. A colheita era sempre motivo para muito trabalho e uma espécie de algazarra contagiava o lugar. Enquanto as mulheres cortavam a cana, as crianças, em total rebuliço, arrumavam os fardos para que os homens os carregassem até o local indicado pelo feitor.

Foi numa dessas ocasiões que Maria Conga soube que um dos seus filhos, afastado dela quando já sabia andar e falar, era homem forte, trabalhando numa fazenda próxima.Seu coração transbordou de alegria e nada poderia dissuadi-la da idéia de revê-lo. Passou então a escapar da fazenda, correndo de sol a sol, para admirar a beleza daquele forte negro. Nas primeiras vezes não teve meios de falar com ele, mas os orixás ouviram suas súplicas e não tardou para que os dois pudessem se abraçar e derramar as lágrimas por tanto tempo contidas. Parecia a ela que eles nunca tinham se afastado, pois o amor os mantivera unidos por todo o tempo.

Certa tarde, quase chegando à senzala, a negra foi descoberta. Apanhou bastante, mas não deixou de escapar novamente para reencontrar seu filho. Mais uma vez os brancos a pegaram na fuga, e como ela ainda insistisse uma terceira vez resolveram encerrar a questão: queimaram sua perna direita, um pouco acima da canela, para que ela não mais pudesse correr. Impossibilitada de ver o filho, com menor capacidade de trabalho, a Vó Maria Conga passou a cuidar das crianças negras e de seus doentes. Seu coração se encheu de tristeza ao saber que haviam matado seu filho. Quando tentava fugir para vê-la.

Sua vida mudou. De alegre e tagarela passou a ser muito séria, cuidando do que falava até mesmo com os outros negros. Para as crianças contava histórias de reis negros em terras negras, onde não havia outro senhor.

Sábia, experiente e calada, Vovó Maria Conga desencarnou.Com lágrimas na alma ela acabou seu conto. Disse que só entendeu a medida do amor após a sua morte. Seu filho a esperava sorrindo, guardião que fora da mãe o tempo todo em que aguardava seu retorno ao mundo dos espíritos.

YORIMÁ

São Bento

Não dê o peixe, ensine a pescar.

-Minha mãe preta, como dirigente desta Casa de Caridade, me vejo angustiada diante da fila que se forma em cada dia de atendimento e também diante da limitação que se impõe no atendimento, devido ao limitado número de médiuns trabalhadores, bem como do espaço físico de nossa pequena tenda.

– O meu saravá pra suncê zi fia! Que o grande Zambi abençoe sua coroa!

Esta preta velha, mandingueira e mexeriqueira já andava aflita, na espera dessa conversa com a filha. Nas andanças da vida, estagiando hora na matéria, hora fora dela, negra velha foi colocando no bornal um tanto de experiência. Entre muitos erros e poucos acertos, perambulei por este mundão de meu Deus e senti na pele como o ser humano é viciado ainda em escravizar o outro, em favorecimento de seu ego.

Longe ainda de viver e sentir as coisas do espírito, quais andarilhos, mendigam favorecimentos ou compram milagres, por vezes, endividando-se para o além túmulo.

Os filhos da terra, apesar de tantos alertas, de tantas dores, da porta que se estreita em sua caminhada, assinalando que os tempos estão chegados e por isso é preciso se desvencilhar das quinquilharias amontoadas ao longo da estrada, ainda não conseguem absorver a mensagem do Cristo Jesus. Enrolados no manto do egoísmo sentem-se, ou “supremos e merecedores” ou então “vítimas” e quando as coisas da matéria, únicos tesouros amontoados em suas vidas, sufocam-nos, correm às portas dos templos exigindo que Deus resolva num passe de mágica, suas angústias e desordens.

Acostumados que estão a tudo comprar ou trocar, tentam negociar a troco de algumas velas ou do desfilar das contas de um rosário, uma mudança que a eles pertence, mas que exigiria algum esforço próprio. Quando não, esgueirando-se na noite para não serem percebidos pela sociedade, marcam consulta com magos das sombras, disfarçados de “adivinhadores do futuro”, que usando de elementos e elementares, ligando-se a energias densas que atendem momentaneamente seus desejos. No desespero, quando os sortilégios já não fazem mais efeito, ajoelham-se na frente do caboclo ou do preto velho, ignorantes que são das leis maiores, ansiando sair dali com uma solução mágica nas mãos.

Por isso filha, ensine os filhos a pescar. Evangelize esse povo, mostrando que em cada filho existe uma essência divina, que existem leis que organizam o universo e precisam ser obedecidas. Mostre-lhes filha, que o milagre, que o céu ou inferno estão inseridos na consciência de cada um e não no mundo exterior. Instigue-os a buscar alegria nas coisas simples, a viver o amor de forma incondicional, a perdoar e principalmente a livrarem-se das mágoas que é o câncer da humanidade.

– Minha mãe, na Umbanda não se costumam fazer palestras elucidativas, pois o atendimento é individual e dado pelos guias incorporados.

– Filha, a vida exige uma constante mudança de hábitos e costumes para que haja evolução. Para se fazer a caridade é preciso, além do amor, o discernimento, a sabedoria para que não se joguem pérolas aos porcos. Jesus ensinava e exemplificava e só curava àqueles que tinham fé. O que denominavam de milagre, era o amor e a vontade em movimento. Então, movimente o amor e qual Jesus, ensine. Mostre o caminho, dê-lhes o anzol e ensine-os a pescar. Não entregue nas mãos da espiritualidade, a responsabilidade que compete aos médiuns. Sejam nossos parceiros e ignorem a premissa de que, só através da incorporação se faz o trabalho da Umbanda. Estarão amparados e irradiados, desde que se doem com amor e humildade.

Daquele dia em diante, as filas aumentaram naquela tenda de Umbanda, mas de gente interessada em aprender com as palestras educativas e evangelizadoras que antecediam o atendimento dos caboclos e pretos velhos, o qual restringia-se agora aos doentes e magiados. No ambiente físico, aqueles rostos tensos que entravam na casa, ai sair dali exibiam um sorriso de alívio. No lado astral, as entidades de todas as linhas da Umbanda, em intenso movimento, circulavam por entre os filhos de fé, atendendo a cada um segundo seu merecimento e condição vibratória. Falangeiros da luz deslocavam-se num constante movimento de socorro à encarnados e desencarnados.

E a cada dia de atendimento, irradiada pelo seu guia, a dirigente daquele templo, elucidava aquelas mentes sedentas de aprendizado, enquanto a Luz se fazia sobre as sombras.

História contada por Vovó Benta

 

São Bento

Deus originário do Daomé, Obaluaê ou Omulu, sua forma mais velha, são nomes que substituem o Xapanã, deus da varíola, das doenças contagiosas e da peste, aquele que pune os malfeitores, enviando-lhes todos os tipos de doenças.

Sua origem, assim como a de sua mãe, Nanã, está na cultura daomeana, assimilada pela cultura iorubá num lento processo de aculturação.

Quando o deus se manifesta em um de seus filhos, o sinal de respeito é constatado em todo o terreiro. O iniciado é coberto por uma roupa revestida de palha-da-Costa e um capuz feito do mesmo material. Leva nas mãos o xaxará, uma espécie de vassoura feita de folhas de palmeira e decorada com búzios, e cabaças contendo remédios que passa nos visitantes durante a dança mítica, afastando qualquer tipo de doença.

Em algumas vertentes da Umbanda é considerado Orixá tanto quanto no candomblé.

Em nossa Fraternidade aprendemos que no culto de Yorimá, como 4ª Linha, onde Omulu participa com as energias do elemento Terra juntamente com Arcanjo Cassiel, dirigindo a Linha dos Pretos Velhos.

A simbologia principal da Linha dos Pretos Velhos é o Triângulo e assim se subdivide em três etapas e funções.

Energeticamente a força de Omulu em sua principal nomenclatura traz a saúde, a cura do corpo e da alma.

Xapanã traz a sabedoria e a certeza que aquele que pratica o mal receberá o retorno de seus pensamentos e ações.

Obaluaê é a maturidade e sua consequente consciência do fechamento do ciclo da vida com a morte do corpo físico.

Para os ortodoxos em Orixás africanos não é aceitável essa reunião de várias religiões e entidades, e a Umbanda por nós praticada é considerada como universalista por conceber tal associação.

Seja lá como Omulu, Preto Velho, São Lázaro, São Roque, São Bento, aprendemos em nossa Fraternidade que todas as nomenclaturas se voltam para o elemento terra.

É somente a visão que aprendemos com os mentores e não condenamos ou discriminamos qualquer outra versão. Amamos nossos irmãos que trazem sua palavra de amor, humildade e tolerância.

Salve Omulu! Salve Yorimá! Salve OS Pretos Velhos!

Salve a Umbanda tão questionadora !

Sincretismo

Omulu = São Roque (16 de agosto)

Xapanã = São Bento (11 de julho)

Obaluaê = São Lázaro (17 de dezembro)

OBALUAÊ (“rei ” senhor da terra) Dia da semana: segunda-feira

Cores: branco (Paz e cura), preto (absorção de conhecimento) e/ou Vermelho (atividade)

Saudação: Atotô! (Oto, “Silêncio!”)

Elemento: terra

Domínio: saúde (doenças)

Instrumento: xaxará (espécie de bastão mágico)


Texto de Mãe Bebel

YORIMÁ

CALENDÁRIO DE SAUDAÇÕES

20
– Oxossi
– São Sebastião
– Arcanjo Haniel

02
– Yemanjá
– N. Sra. dos Navegantes
– Arcanjo Gabriel

* Carnaval e Quaresma
Tempo do Exú do Orixá

17
– Oxalá
– S. José de Arimatéia
– Arcanjo Miguel

19
– Oxalá
– São José
– Arcanjo Miguel

21
– Yorimá
– São Bento
– Arcanjo Cassiel

31
– Oxalá
– São Benedito
– Arcanjo Miguel

13
– Oxossi
– Aniv. Cacique Águia Branca
– Arcanjo Haniel

23
– Ogum
– São Jorge
– Arcanjo Camael

13
– Yorimá
– Pretos Velhos
– Arcanjo Cassiel

22
– Oxalá
– Santa Rita de Cássia
– Arcanjo Miguel

24
– Santa Sarah
(Padroeira do Povo Cigano)

30
– Ogum Yara
– Santa Joana D’arc
– Arcanjo Camael

13
– Oxalá
– Santo Antonio
– Arcanjo Miguel
– Tranição de Ogum para Xangô

24
– Xangô Agodô
– São João Batista
– Arcanjo Saquiel

29
– Xangô Alufam
– São Pedro
– Xangô Alafim
– São Paulo
– Arcanjo Saquiel

22
– Oxalá
– Sta. Maria Madalena
– Arcanjo Miguel

25
– Xangô Djacutá
– São Tiago
– Arcanjo Saquiel

26
– Xangô Aganju
– São Joaquim
– Arcanjo Saquiel
– Nanã
– Sant’Ana
Arcanjo Gabriel

16
– Yorimá
– São Roque
– Arcanjo Cassiel

28
– Xangô Abomi
– Santo Agostinho
– Arcanjo Saquiel

Lua Crescente Aniv. Mestre Gilles

27
– Yori
– São Cosme e Damião
– Arcanjo Rafael

29
– Oxalá
– Arcanjo Miguel

30
– Xangô Caô
– São Jerônimo
– Arcanjo Saquiel

04
– Oxalá
– S. Francisco de Assis
– Arcanjo Miguel

12
– Oxum – Yemanjá
– N. Sra. Aparecida
– Arcanjo Gabriel

27
– Ogum de Lei
– Aniv. do Mentor Sr. Zeferino
– Arcanjo Camael

02
– Yorimá
– Arcanjo Cassiel

04
– Yansã
– Santa Bárbara
– Arcanjo Gabriel

08
– Yemanjá
– Imaculada Conceição
– Arcanjo Gabriel

14
– Dia dos Marinheiros

17
– Yorimá
– São Lázaro
– Arcanjo Cassiel

25
– Oxalá
– Natal de Jesus
– Arcanjo Miguel

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