Em nossa Fraternidade o altar nos apoia em nossa concentração para os trabalhos espirituais. Conforme as palavras de nosso Mentor o altar é o nosso relógio cósmico. O nosso movimento espiritual conforme a ação dos Sete Arcanjos Planetários que iluminam as Sete Linhas de Umbanda. Enquanto for necessário para nossa formação espiritual, ainda são utilizados os símbolos do sincretismo religioso, que reúnem os santos católicos com a nomenclatura dos orixás africanos. Esclarece então que não somos idólatras, mas nos apoiamos temporariamente aos símbolos que marcam as energias do Astral. Assim sendo as energias não serão menores, ou piores, mas em etapas de conhecimento que nos levará ao nível da consciência de que se ligará livres dos apoios materiais. A liberdade de pensamento ou expressão predomina respeitosamente, portanto nosso respeito por outras concepções ainda será mantido.

A disposição das imagens que simbolizam determinada vibração depende da modulação energética que se conecta com as pessoas. Em nossa fraternidade as Sete Linhas da Umbanda estão dispostas da mesma forma que nos concebem a ordem dos raios cósmicos de Deus. No ponto mais alto está a imagem de Jesus Cristo, Oxalá, o primeiro raio. Seguindo em sentido horário, à direita de Oxalá, visualiza-se a imagem de São Jerônimo e os demais santos que representam a  segunda Linha, Xangô, o segundo raio cósmico de Deus. Abaixo dele, estão os três meninos, Cosme, Damião e Doum, representantes da terceira Linha, Yori, o terceiro raio cósmico de Deus.  Encaminhando-se para a esquerda, a imagem de São Benedito, que por muito tempo foi colocado como padroeiro dos negros, simbolizando a quarta Linha, Yorimá, o quarto raio cósmico de Deus. No centro dessa mesa, localizada bem embaixo da imagem de Jesus, está Yemanjá, acompanhada de Nossa Senhora da Conceição, Sant’Ana, e Nossa Senhora Aparecida, representantes femininas e participantes da Linha de Yemanjá o quinto raio cósmico de Deus. Na ponta da mesa está São Sebastião, representante da Linha de Oxosse, o sexto raio cósmico de Deus. Finalmente, fechando nosso relógio em seu percurso horário, no ponto acima da mesa, do lado esquerdo da imagem de Jesus,  a imagem de São Jorge e representantes da sétima Linha, Ogum, o sétimo raio cósmico de Deus.

Assim é a representação material de nosso Relógio Cósmico, onde são realizadas nossas reuniões em nossa Fraternidade.

O altar nos revela muito de nossa energia, nos fortalece nos apóia em nossa jornada mediúnica. O aprendizado para libertação desse apoio espiritual é gradual, pode ser mais rápido para alguns, e muito demorado para outros. Mas compartilhar um espaço sagrado com diversas afinidades é uma das lições que devemos aprender, nem todos possuem o mesmo ritmo, mas não deixam de ser nossos irmãos de fé.

Muitos divergem de nossa concepção, olhando somente para um altar com imagens de santos católicos, raiz de uma tradição que está acabando. Apesar de até concordar com tais afirmações, seguimos as orientações de nosso Mentor, aquele que comanda as reuniões em nossa fraternidade.

Segundo as palavras de Seu Zeferino: “Umbanda é sensibilidade, e isso também deve se respeitar”.